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segunda-feira, 8 de abril de 2013
Entrevista: Fábio Marconi - Bad Habits Records / Crazy Legs / Red Lights Gang e mais !
Acho que o Fábio Marconi - ou Fábio McCoy como é mais conhecido - é um cara que dispensa apresentações pra quem curte Rockabilly e Psychobilly aqui em São Paulo ou mesmo no Brasil. Desde que conheço esse rapaz,e isso já tem um bom e longo tempo, sempre vi ele envolvido com a cena de corpo e alma, literalmente. Seja segurando as baquetas em várias / excelentes bandas ou como ''boss'' do selo Bad Habits Rec. Seu amor, seriedade e dedicação a música e cena rockabilly é de tirar o chapéu, merecendo todo respeito e admiração mesmo. Tentei fazer aqui, de uma forma modesta e rápida até, uma entrevista / resumo de sua extensa carreira, onde da pra ter uma pequena ideia do quanto ele produz, faz ,acontece na cena. E ajuda o estilo a se tornar mais popular e também profissional no país, com sua longa caminhada e experiência;seja tocando na Europa, EUA ou em cada canto de nosso país, ou lançando ótimos discos pelo seu selo. E muito obrigado, Fábio, pela entrevista concedida ao meu blog Rockabilly Psychosis!
1) Quando foi que surgiu a idéia de montar um selo exclusivamente voltado ao som rockabilly?
A ideia surgiu em 1997 ou 98. Durante aquela época, vi o surgimento de vários selos independentes especializados em outros estilos e pensei “por que não montar um selo voltado ao rockabilly e suas vertentes?”.
2) A Bad Habits é a primeira gravadora no estilo aqui no Brasil e também América Latina, correto?
Sim, o primeiro e por enquanto o único... rs
3) O selo trabalha somente com cds ou também com o bom e velho vinil?
Até o começo deste ano eu trabalhava somente com CDs, mas vinha pensando na possibilidade de fazer lançamentos em vinil também. Em abril de 2012 fiz meu primeiro lançamento em vinil e funcionou perfeitamente. Agora pretendo trabalhar com os dois formatos.
4) Você faz intercâmbios com vários selos, inclusive a maioria do exterior. Isso é uma forma de distribuir e divulgar o material da gravadora em vários lugares do mundo?
Sim, a parceria com outros selos é a melhor forma de distribuir e divulgar os lançamentos. Isto é uma coisa que sempre fiz desde o começo.
5) E a internet? Ajuda e prejudica até que ponto o trabalho do selo, já que muitas gravadoras independentes acabaram devido à pirataria ou downloads gratuitos nos últimos tempos?
Acho que a internet foi uma das melhores ferramentas na divulgação de bandas e selos independentes. O problema é que gerou uma cultura de “conseguir as coisas sem ter que pagar por elas”, junto com a perda do conceito de álbum, por parte de um público mais jovem. Eu tenho um público fiel ao selo e ainda consigo vender discos, mesmo observando uma queda nas vendas ano após ano. Não é fácil para o artista e para o selo ver seus discos para download em blogs, sites de compartilhamento e saber que mesmo havendo uma “divulgação”, grande parte de quem fez o download, não compra o disco em seu formato físico. Acho que internet atrapalhou mais as grandes gravadoras com seus artistas do mainstream. Todos os álbuns que eu lanço são edições limitadas, o que facilita a venda.
6) Voltando um pouco no tempo, quando foi que começou a se interessar pela música rockabilly? Já era músico também nessa mesma época?
Eu comecei a gostar de rock’n’roll dos anos 50 quando ganhei um disco do Elvis Presley de presente da minha mãe. Eu devia ter uns sete anos na época e também perguntava se houveram outros artistas parecidos com ele. Foi quando conheci Bill Haley e Little Richard. Em 1987, descobri por acaso através de jornal que havia um pessoal que gostava das mesmas coisas que eu, vestiam-se como nos anos 50 e logo pensei que não estava mais sozinho no mundo. Ainda naquele ano, foi o lançamento do filme “La Bamba” e quando assisti no cinema fiquei ainda mais impressionado. Eu não pensava em ser músico ainda, coisa que só aconteceu uns dois anos mais tarde quando “doutrinei” uns caras da minha escola para montarmos uma banda rockabilly. Isto devia ser 1989 e nunca havia tocado uma bateria de verdade. Comprei o meu primeiro kit, um pouco antes de ensaiarmos pela primeira vez. Esta banda durou até 1992 mais ou menos e fizemos uns quatro shows apenas.
7) Você é um dos fundadores do Crazy Legs, uma banda muito importante na cena rockabilly brasileira. Conte um pouco a respeito, sua história, etc...
Em 1993 conheci o Sonny na Galeria do Rock que foi apresentando por um amigo em comum que trabalhava em uma loja de discos. Na época estávamos começamos a tocar juntos em uma banda chamada Outsiders que durou até 1996. Neste mesmo ano, conhecemos o Paulo e foi quando o Crazy Legs começou; em principio tocando apenas covers. Anos depois, lançamos nosso primeiro álbum pela 13 Records e pouco depois, houve uma mudança na formação da banda. Tocamos nos principais festivais de música independente no Brasil, tivemos ótimas reviews na mídia de todos os nossos cinco álbuns, vídeo clips, shows pelo país inteiro. Fizemos uma tour na Europa e também tocamos no Viva Las Vegas em 2011 com uma ótima repercussão.
8) Crazy Legs tocou em importantes festivais pelo país nesses anos todos, e com bandas de estilos variados também. Isso foi uma forma de divulgar o trabalho de vocês e, de quebra, o som rockabilly para novas plateias?
Sim, foi a melhor forma que encontramos de divulgar nosso trabalho e não nos concentrar apenas na cena rockabilly. Isso permitiu mostrar que este gênero musical não é sinônimo de música velha. Sempre tivemos a preocupação em poder levar nossas músicas para o maior número de pessoas possível, independente de estilo musical.
9) E com o passar do tempo, você montou outros projetos musicais importantes também. Poderia citar eles, seus lançamentos, e como anda os trabalhos atuais?
O primeiro projeto que participei foi com o Kid Vinil. Depois veio o Los Tornados que era uma banda de surf music. Toquei em outras bandas que já estavam na ativa quando entrei como o Alex Valenzi & The Hideaway Cats e Red Lights Gang. Atualmente, toco com o Crazy Legs, Kid Vinil Xperience, Surfadelica, Red Lights Gang e o Caio Durazzo Rock’n’Roll Trio.
8) Inclusive um deles é uma parceria com o lendário músico, radialista e Dj Kid Vinil! Como surgiu a ideia de realizarem um trabalho juntos?
Recebi o convite para entrar para a banda do Kid Vinil no final de 2002. Como não havia mais integrantes originais do Magazine, a banda foi rebatizada de Kid Vinil Xperience. Em 2010, lançamos um álbum de covers de bandas obscuras e agora estamos preparando um outro com canções inéditas, que passeiam pelas influências do Kid. Mas os shows são sempre bem divertidos com os hits dos anos 80 e também alguns covers.
9) Falando nisso, você também trabalhou em rádio, certo? Inclusive chegou a ter seu próprio programa, dedicado ao estilo rockabilly e suas vertentes. Fale um pouco dessa experiência para nós...
Comecei a fazer um programa em 1998, chamado “Rock This Town” na Radio SP Rock, por convite de uns amigos que já trabalhavam lá. Este programa durou dois anos.
Gostei tanto que fui fazer um curso de locução e depois com o DRT na mão, cheguei até a trabalhar por um curto período em rádios mais comerciais. Também gravei alguns trabalhos de locução comercial. Depois veio o programa “Rockabilly Psychosis” e por último o “Let’s Bop” da rádio online “Stay Rock”.
10) Fábio, você já apresentou pela Europa e Estados Unidos em diversas ocasiões. Como foram essas experiências e a receptividade dos gringos ao seu trabalho? Algum lugar, país ou show foi mais marcante para você, por alguma razão pessoal?
A primeira vez que me apresentei no exterior foi pela ocasião da tour de lançamento do primeiro álbum do Alex Valenzi pelo selo. Fomos para os EUA, onde tocamos no festival “Rockin 50’s Fest” em Green Bay, Wisconsin com vários artistas grandes e acabamos a tour na California. Depois toquei na França em 2008 e no Viva Las Vegas, em 2009, também com o Alex. Com o Crazy Legs fizemos uma pequena tour na Europa em 2010 onde o destaque foi a nossa participação como um dos headliners no Walldorf Weekender na Alemanha. Em todas as ocasiões, a recepção dos gringos em relação ao som das bandas foi excelente. Porque para eles soa meio exótico esta coisa de rockabilly fora do circuito norte-americano ou europeu. Então, aproveitamos este ranço de “exótico” em nosso favor, justamente para atrair o público. Acho que um show especial foi o “Walldorf Weekender”, o primeiro grande show do Crazy Legs no exterior, onde tivemos uma participação no DVD do evento e foi o primeiro lugar onde sempre quis tocar. Fizemos um set perfeito, a platéia era insana e deu tudo certo. O segundo foi o Viva Las Vegas com o Crazy, pois você agradar justamente o público do país onde o rock’n’roll nasceu não é tarefa fácil.
11) Acha que falta muito para o Brasil ter uma estrutura, trabalhar de forma mais profissional com a música como nos países que visitou? O que acha que falta para as coisas evoluírem nesse sentido aqui?
Aqui já foi bem pior em termos de estrutura para shows, tanto em festivais quanto clubs. Acho que os pontos fracos de alguns promotores de shows ou organizadores de festivais seriam quanto ao tratamento dispensado às bandas, pontualidade e também honestidade na hora de remunerar ou cumprir o que sempre é previamente acordado entre as partes. Já aconteceu de um grande festival nos chamar e chegando lá nos esquecerem no aeroporto e não ter água no palco na hora do show... Acho que este tipo de falha é imperdoável!
12) E como encontrar tempo para seus trabalhos e também a família? Imagino que não ser tão fácil ás vezes conciliar tantas coisas...
Não é muito fácil de conciliar a agenda de banda, mas sempre acaba dando certo. Tenho sempre que avisar o pessoal dos shows que aparecem com uma grande antecedência para datas não “cruzarem” e por vezes tive que fazer mais de um show no mesmo dia com bandas diferentes. Com o selo fica mais fácil, porque trabalho em casa e com isto consigo sempre ter bastante tempo para o meu filho que ainda é pequeno.
13) E quais os planos para o momento? Novos lançamentos programados para o selo?
O próximo lançamento é o primeiro álbum da The Red Lights Gang, que deve estar saindo em Fevereiro de 2013. Na sequência já deve sair também o segundo álbum do Mystery Trio.
14) Algum disco previsto saindo para suas bandas ou turnês agendadas pelo país e exterior?
No começo de 2013 o Caio Durazzo Rock’n’Roll Trio deve entrar em estúdio para fazer o segundo algum. No momento não tenho nada agendado para o exterior com minhas bandas. Por outro lado, o Mystery Trio, que é uma banda do cast do selo, estará fazendo uma tour grande na Europa em Maio de 2013.
15) Grande parte do seu trabalho, ou quase todo, ele foi lançado pela Bad Habits. Isso foi uma forma encontrada de ter controle total sob sua arte e diretos autorais também?
Acho que foi uma das formas para ter um melhor controle sobre tudo o que acontece e também fazer as coisas do modo que queremos, sem interferências externas.
16) Quem quiser saber mais sob todos seus trabalhos, e entrar em contato, o que deve fazer?
Tenho uma página do selo no Facebook e também o site badhabitsrecords.com.
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